terça-feira, 6 de novembro de 2007

Falta de identidade... e haja carimbo no passaporte

O que aconteceu com o futebol nos últimos anos no que diz respeito a transferência de jogadores?

A pergunta pode parecer estranha mas a cada ano, mais e mais jogadores, especificamente no Brasil, tem imigrado para outros centros a fim de obterem melhores chances no cenário da bola. Mas e como fica aquela velha identificação que um certo jogador tem com um clube sendo que hoje ele joga em um certo time, vai para o estrangeiro, volta em um espaço de tempo relâmpago, alegando falta de adaptação e logo vai jogar no rival do ex-clube?

Antes, profissionais da área, fanáticos, crianças e até mulheres sabiam na ponta da língua a escalação principal de seu time de coração... Sabiam dizer do goleiro ao ponta esquerda, passando também pelos reservas até chegar ao treinador. Em certos casos, poderia até arriscar os nomes de alguns garotos, de futuras promessas.

Como ter tanta identificação pelos ídolos se atualmente um jogador é fascinado apenas pelos milhões de um time e de outro, e de outro...? (salvas raras exceções, claro)

O fato que mais pesa é sim, o bolso do atleta. E infelizmente, por nosso país não ser um país de primeiro mundo (apesar de ter potencial para isso), perdemos nossos jogadores para mercados onde o poder aquisitivo é espantosamente superior ao brasileiro. Entretanto, como outrora, quando os clubes pelo menos saiam com a maior parte destas transações, agora quem sai com o “filet mignon” são os empresários.

Muitas vezes aproveitando-se da falta de inteligência de grande parte dos boleiros, estes acabam sendo passados para trás por aproveitadores gananciosos que lucram com as transferências, onde, quem na verdade deveria ganhar com elas são os artistas da bola, os verdadeiros detentores do talento e merecedores de cifras altíssimas.

E mais uma vez esse problema começa a rondar o nosso futebol. Com o Campeonato Brasileiro na sua fase de encerramento e com o campeão já definido, este é o que mais sofre com o assédio mesmo faltando 2 meses para o fim do ano. Jogadores destaque do título como Richarlyson, Jorge Wagner, Breno, Miranda começam a ser notícia pelo interesse de clubes estrangeiros e podem sim deixar o Brasil.

Thiago Neves, que é do Fluminense, assinou pré-contrato com o Palmeiras e voltou para o tricolor carioca, é o novo sonho de consumo do Villareal, da Espanha. E aí também pode dar negócio, já que o clube das Laranjeiras tem interesse no argentino Riquelme, encostado no time de lá. Isso sem falar de Zé Roberto, do Botafogo, destinado à Alemanha; Kléber, do Santos, que é um dos únicos selecionáveis jogando por aqui; sem contar nos Caios, Paulos, Juninhos, etc que saem sem muitos tomarem conhecimento.

E todo esse montante de dinheiro tem atraído os atletas também para países com pouca expressão no futebol mundial como o leste europeu e a arábia, e nesse vai-vém tentam garantir um futuro estável dado que são profissionais de carreira curta. Isso só tornam ídolos regionais e nacionais como Zico, Rivelino, Ademir Da Guia, entre outros como figuras escassas do nosso esporte. Infelizmente.

Um comentário:

Leo Sousa disse...

Antigamente o futebol não era visto como um negócio. No máximo era visto como "um negócio bom pra se assistir".
Os maiores ídolos do Brasil estão na Europa (e são idolatrados por lá). Uma alternativa é criar uma identidade com esses jogadores na seleção, mas essa a gente sabe como anda..