sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Punir para descumprir

O nosso futebol pode se orgulhar de ter um órgão competente que fiscaliza e pune, dentro da lei deste esporte, os seus infratores. Isso é muito bom e bonito assim, na teoria; mas na prática não é o que está acontecendo.

As punições até que estão sendo aplicadas de maneira justa, na minha opinião. O grande problema é: elas não são cumpridas depois que foram aplicadas. A lei que serve para um, não serve para outro. E parece que, a grandeza e a importância dos clubes influi no tema.

Vejamos alguns casos. Este ano, tivemos no certame brasileiro 3 casos famosos de doping. Alex Alves, atacante do Juventude/RS, Dodô, atacante do Botafogo/RJ e Marcão, lateral do Internacional/RS. Quem não acompanhou os casos vai dizer que todos foram severamente punidos e não estão aptos a jogar por seus respectivos clubes, certo? ERRADO!!

Ai vem o GRANDE ABSURDO, na minha opinião. Dodô e Marcão foram punidos com um gancho de 120 dias. Mas, ironicamente, não chegaram a cumprir nem metade desta pena. Ficaram aproximadamente 1 mês fora dos gramados e com recurso de advogados, foram liberados para trabalhar.

Então, quem lê este post perguntará a si mesmo: “Ah, então o Alex Alves também foi absolvido e logo voltou a jogar?”. A resposta a esta pergunta vem com tamanho orgulho: NÃO.

Mas, por que estou orgulhoso da resposta negativa? Porque se foi constatado o doping, o jogador tem, sim, que pagar por isto. E foi o que aconteceu neste caso e não nos outros. Em todos, ficou provada a existência de substância ilícita na urina do jogador mas, de todos os casos, o único que cumpriu a pena fielmente, de 4 meses, foi o Alex.

E eu fico me perguntando. Será que tem algo a ver ele jogar no Juventude? Será que os interesses políticos dos cartolas do futebol absolveram os jogadores do atual campeão mundial, o colorado, e de um grandioso clube carioca?

Sem citar, ainda, o caso de Obina, que após uma agressão e uma dura pena, cumpriu apenas 5 jogos de suspensão e ontem foi liberado para atuar no clássico contra o Vasco.

Tem também o caso de Hugo, do São Paulo, que soltou uma cusparada em um atleta do Paraná Clube e está suspenso por 120 dias. Será ele o próximo absolvido? Mas, se for, será absolvido por que? Por ter se arrependido? Por que ele não pensou antes de cometer o ato?

Espero, sinceramente, que se for constatada a infração e uma pena for concedida a um atleta, que esta seja cumprida rigorosamente. Caso contrário, os atos ilícitos só aumentarão com a certeza de que as punições não serão cumpridas.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

E não é que o Maracanã inspirou!?!

Apesar de não brilhar coletivamente, a seleção brasileira arrancou uma bela goleada na segunda rodada das eliminatórias para a Copa-2010: 5x0 em cima de uma fraquíssima seleção equatoriana.

Após um início totalmente morno e o princípio de vaias por parte da Grande torcida, Vágner Love, enfim, desencantou. É verdade que ele não teve tanto trabalho para apenas empurrar a bola para o fundo das redes, mas, a plástica do gol esteve presente na jogada, iniciada por Robinho e finalizada pelo “atacante do amor”.

Após o lance de euforia veio o marasmo novamente. Falta de criatividade e de objetividade vistos nas duas equipes. Da parte de lá, até era de se esperar, por vir para este jogo com o intuito apenas de se defender. Mas a nossa seleção poderia ter um pouco mais de “jogo de cintura” na primeira parte do jogo.

Na etapa complementar, não que o time tenha desenvolvido um grande futebol, mas, pelo menos, brilharam as estrelas individuais de Kaká e Robinho, novamente. O primeiro, marcou 2 gols, um deles uma pintura e o outro contando com uma falha do goleiro. Além disso, teve 90% de participação em outro; chutou forte de fora da área para Ronaldinho apenas desviar a trajetória da bola e enganar o goleiro.

Já Robinho foi ousado e atrevido, mais uma vez. Com o drible batizado pelo próprio de “Vai pra lá que eu vou pra cá”, invadiu a área pela linha de fundo e cruzou para Elano, que com um chute certeiro pôs fim à desgraça equatoriana... Para sorte deles.

Mas a torcida não pode se iludir com um resultado elástico como este. Se não fossem nossas estrelas brilharem individualmente e a inspiração do "Maraca", teríamos um jogo sonolento como domingo e o primeiro tempo de ontem também. Como equipe, a seleção de Dunga precisa melhorar muito...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O Mário Filho fará a diferença?

Para aqueles que não sabem, o maior estádio de futebol do mundo, Maracanã, leva este nome em homenagem ao Jornalista Mário Filho. Mas o que isso tem a ver com este post, ou onde quero chegar com ele?

Hoje à noite, a nossa seleção volta a campo para enfrentar o Equador pela segunda rodada das eliminatórias da Copa-2010, exatamente no estádio onde não atua desde 2000, em jogo realizado pelas eliminatórias da Copa-2002. Naquela ocasião, com Romário em campo, o resultado era de se esperar: goleada na Bolívia por 5x0 com direito a 3 gols do Baixinho.

A situação, hoje, é diferente. Após uma sonífera partida contra a Colômbia e a altitude de Bogotá, no último domingo, a expectativa para esta rodada é de uma reação da equipe e que ela mostre um bom futebol. Tanto que há uma semana, 60 dos 70 mil ingressos disponíveis já haviam sido vendidos. Portanto, bom público é o que não vai faltar.

O palco está armado, a torcida estará presente, incentivará, empurrará a seleção para cima dos equatorianos... Esperamos que o “Maraca”, mais uma vez, seja um grande diferencial para vermos um espetáculo dos nossos craques, que andam devendo um pouquinho com a amarelinha.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Desafio dos atuais ex-grandes

Há dois anos, Corinthians e Internacional disputavam, no mesmo estádio do Pacaembú, em São Paulo, a liderança do campeonato nacional daquele ano.

Ambas as equipes possuíam jogadores de ponta nas suas escalações e estes eram os destaques da época. O resultado final já é conhecido por todos: o Timão campeão nacional (sob muitas suspeitas) e o Internacional, vice-campeão nacional, campeão das Américas e posteriormente do mundo, derrotando a “seleção” do Barcelona, comandada por Ronaldinho.

Neste último sábado, o que se viu, entretanto, foi um duelo totalmente aquém do que se imagina dessas equipes. Um jogo que até mostrou muita força de vontade e disposição de todos, mas, tecnicamente falando, mais uma vez vimos um jogo fraquíssimo.

O mesmo líder colorado dos gloriosos títulos, Fernandão, talvez por ter ficado muito tempo afastado dos gramados nos últimos tempos, ficou apagado a maior parte do jogo, pegando poucas vezes na bola. No lado alvinegro então, a situação é ainda pior, pois não existe a presença de um líder dentro de campo (essa presença até pode ser associada a Vampeta, mas ultimamente este joga mais com as palavras do que com a bola no pé).

Pior que a situação de ambas as equipes dentro de campo, nesta partida em si, é a situação delas na tabela de classificação. O Corinthians encontra-se em uma situação lastimável, na sofrível zona de rebaixamento, e temendo pelo pior nas próximas 7 e últimas rodadas do campeonato.

O Inter, não em situação muito melhor, está a apenas 3 pontos a frente do rival, mas a algumas posições acima. O Colorado, pelo menos, tem um muito mais tranquilidade pois conta com alguns jogadores que, pelo menos no papel, podem fazer a diferença nos jogos que estão por vir, o que não acontece com o alvinegro de Parque São Jorge que, sem dinheiro, sem jogadores de qualidade e com inesgotáveis problemas políticos, e agora até policiais, não tem tanta esperança de sair dessa incomoda situação.

Talvez o único meio para realizar tal feito é conseguir inspiração e força vindos de sua torcida para tentar se reabilitar e voltar a ser uma equipe imponente.

O Drama da “Camisa 9”

Desde a última tragédia da nossa seleção, há pouco mais de 1 ano, onde já pairavam algumas dúvidas sobre o dono da camisa 9 da seleção canarinho, que nós brasileiros perdemos o nosso homem-gol, aquele jogador que quando recebe uma bola perto da área, nosso coração bate mais forte na esperança de explodir o grito de gol.

É verdade que o Dunga têm dado esperaça para muitos que nunca sequer sonharam em jogar com a amarelinha, claro; mas também ele não precisa torturar uma nação inteira “só” por que um certo desconhecido no cenário nacional bateu, no campeonato holandês, recordes antes pertencentes aos grandes Ronaldo e Romário, marcando 34 gols em uma única temporada e agora bateu o recorde de nada mais nada menos que Johan Cruyff (o Pelé holandês) ao marcar 7 tentos em uma única partida.

Tudo bem que a escassez de atacantes preocupa. Alguns machucados, outros fora de forma. No campeonato brasileiro atual, o goleador máximo pertence a um time que freqüenta a zona da “degola” e seu vice não é nem atacante muito menos brasileiro.

Desse jeito, começo a dar razão ao treinador, que, por falta de muitas opções, tem de escolher a melhor do momento, e, como o futebol é assim, muito dependente do momento, um brasileiro desconhecido em seu próprio país, que jogou anos na Suécia e quase se naturalizou para jogar pela seleção de lá, e que é o maior ídolo do campeonato holandês, parece ser a nossa maior esperança de gols para os jogos com a Colômbia e o Equador.

Vamos torcer para que a mesma empolgação para anotar os 7 gols na partida do campeonato local entre em campo nos próximos jogos.